Os princípios acima das personalidades
Os elementos que fundamentam a revelação partem do princípio do crer, na sua intensidade. Na dúvida buscamos aprofundar a nossa fé. Podemos encontrar a revelação nas escrituras sagradas no antigo testamento, como Deus se relacionava com o seu povo, através dos profetas e conduzia o povo junto dos mandamentos e as leis. No novo testamento, teve sua plenitude divina da revelação em seu filho Jesus Cristo, com seu plano de salvação, amor e graça.
Vivemos em meio a transformações e mudanças constantes, ao lado desse processo vem a secularização, que leva o ser humano a declarar sua ausência da crença em Deus, e sua não pertença a qualquer sistema religioso, fazendo surgir novas propostas e seitas espiritualistas. Para qual rumo está indo nossa história, experiência e testemunho hoje? Parece que existe um perfil ou tendência de querer moldar o cristianismo mais para uma revelação do que uma religião.
No princípio, fé e razão andaram de mãos dadas com o mesmo propósito de justificarem uma à outra. Mas os tempos mudaram, com o passar dos séculos as pessoas começaram a questionarem sua autonomia, devido aos excessos e caprichos das autoridades eclesiais que tinham o poder sobre os menos desfavorecidos e com menos acesso a informação, fator esse que fez perder a credibilidade da fé, e enaltecer a razão. Entre guerras e revoltas, grandes pensadores conseguiram posição de destaque para o uso da razão, cortando o cordão umbilical entre ciência e religião. Séculos após o outro o homem vem evoluindo tanto para o sagrado quanto para o profano e no meio disso estamos tentando nos adaptarmos com a globalização e suas consequências.
Mesmo após a pandemia estamos em guerra, sinal claro de que os interesses a níveis mundiais tanto políticos, humanitários e sociais na prática, fez pouca diferença. Quais são nossos interesses em comum? Onde está a nossa consciência coletiva? Devemos contribuir em conjunto para uma sociedade buscando forças no racional, na lógica, no instinto, na razão, juntamente com o afeto, a acolhida, a sensibilidade, na graça que vem de Deus, na salvação em Jesus Cristo nos frutos do espírito e no amor fraterno.
Texto: Felipe Maciel Degliuomeni - Acadêmico de Teologia Fapas/Unilasalle